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Algums aspectos sociológicos e psicologicos da assistência aos portadores do vírus HIV


 

Objectivo geral: ajudar na sensibilização pessoal, familiar e comunitário de como viver e conviver com os seropositivos, no mundo que nos rodeia.

Objectivo especifico: ajudar nossa sociedade a descobrir a dignidade do homem tanto saudável como doente - neste caso concreto de HIV/SIDA.

 

Introdução breve

Sem repetir o que já ouvimos e sabemos, digo que o vírus de HIV-SIDA está em todos os lados do mundo, em toda camada social, ricos e pobres. Em alguns países está mais controlada, em outros, menos, como é o caso do nosso país.Vamos reflectir um pouco sobre a convivência com os seropositivos porque àsvezes a convivência falha, por não termos suficiente sensibilização nestetipo de doença.

Desenvolvimento

Sabemos que a convivência é uma atitude optimista e merece um forte apoiopor parte do pessoal de saúde e dos outros, a todos os níveis, de forma agarantir aos seropositivos um conselho, acompanhamento, adequado bem como orespeito da sua dignidade.

A visão real da doença é fundamental: ainda não é curável mas já é quase controlada ou melhor dito se esta a fazer grandes esforços para o controlo. É fundamental ter a visão real porque conhecemos que de qualquer enfermidade podemos dizer que é o desequilíbrio físico, mental e social, com manifestações objectivas e subjectivas, que diminui ou anula a capacidade da pessoa realizar as tarefas habituais é o seu projecto pessoal. E quando o paciente sabe que ainda não tem cura, não é fácil aceitar. É pior!

Portanto viver e conviver com ela é uma aprendizagem dura e difícil. É preciso que o paciente, os seus familiares, amigos etc. aprendam a adaptar-se à nova situação derivada da enfermidade. Muitos nos seus relacionamentos encontram ou podem encontrar dificuldades pessoais e sociais.

No campo espiritual: Nós consagrados, cristãos, em algumas situações temos medo. E o afectado encontra desilusões porque há pessoas que recusam visitar, atender as necessidades espirituais dessas pessoas. Dizem: este doente vai ao hospital.

Exemplo : alguém afectado pensa que vai morrer de imediato, pede para falar com o sacerdote e o sacerdote recusa e manda para a irmã, sem ela saber que é seropositivo. Será que demos o apoio espiritual que merecem? Lembremos poisque Jesus veio para aqueles que os necessitam, os doentes, os pecadores, os pobres de espirito. Vê o que ele diz no caso da mulher adultera (Lc. 5,29-32) e da mulher que sofreu mais que doze anos de hemorragia (Mc. 5,21-34)

No campo social: encontram desprezo, abandono. Em muitos casos para não serem abandonados, desprezados, para não perderem o seu status social, como no caso dos ricos, preferem guardar o segredo. Quais são as nossas actuações? As nossas relações são saudáveis, são de confiança, são acolhedoras quando alguém revela o seu segredo, ou deixamo-nos levar também pela corrente da sociedade?

No campo psicológico: um pouco mais adiante vamos reflectir, mas começo porperguntar: sabemos escutar, dialogar? Prevemos apoio adequado para aquelesque tem problemas psicossociais? O enfrentamento dessa situação não ê fácilresponder porque conhecemos as dificuldades que nos mergulha o País. Mas algose pode remediar porque necessitam:acolhimento, casas de apoio (criando fraternidade), necessitam dignidade noviver e no morrer (muitas vezes, socialmente matamos primeiro que a mortefísica), necessitam visitas domiciliares, ir ao encontro do doente.

Respostas

Informar, mostrar centros, grupos seropositivos que é uma boa terapia, terpessoas preparadas e capacitadas para o acompanhamento pessoal, grupal e familiar, devem viver com toda liberdade porque todos temos direito a vida e a0respeito. Gente de todo organismo pode fazer o seminario para aconselhamento de HIV, não só pessoal de saude, também sacerdotes etc.

O aspecto psicológico

A vida ê muito forte e as pessoas querem viver de maneira mais profunda, sejá qual fôr a forma. E como muitas vezes, não estão preparadas para mudar certas ideias que têm formuladas porque eles primeiro, elaboram suas próprias interpretações do que se passa com ele depois formulam suas ideias, porque a experiência de sofrer uma doença, precipita sentimentos de vergonha, desvalorização, frustração, nalguns casos vem o medo, que pode acelerar a morte, passa a noite sem dormir, se-pergunta como vou morrer, há brigas , sente-se humilhada e nunca esquece essa humilhação. Nesses casos se necessita uma mão amiga, um acompanhante não um conselheiro: porque o conselheiro dá conselhos, e muitas vezes não deixa acabar de falar, corta, dando as suas ideias. O acompanhante esta acompanha de perto, é uma presença. Ele ou ela deve ser agradável, carinhosa, equilibrada, sabe escutar e dialogar. Se acompanhas com frequência essa pessoa pode mudar o seu comportamento, aceita a sua enfermidade, busca ajuda sobre a conduta a seguir de forma compreensiva. UMA MUDANÇA É UMA ESPERANÇA DE VIDA.

Conclusão

Seria absurdo manter que "todos somos seres humanos" e desprezar, fugir do outro ser humano. Também digo que há realmente muitas pessoas que vivem comHIV e aqueles que cuidam, encontram um significado profundo e redenção nosofrimento ligado a esta doença. Esquecemos que os pobres, os doentes, tambémnos evangelizam, nos ensinam. O dar e receber deve ser recíproco. Digo istoporque de maneira voluntária ou involuntária, humilhamos a pessoa, o pobre, odoente que vem a nossa porta. Nos nos cremos importantes em relação ao que estádoente. Só mesmo vir a nossa porta já ê uma humilhação e quando não encontra-seuma boa resposta, mesmo sem ajuda material? Também é de louvar que há gente que realiza um serviço excelente para as pessoasmarginalizadas que estão afectadas, gente que se interessa pelo outro,dão seus esforços com amor para que o povo de Angola esteja sensibilizado,seja conhecedor da realidade dessa doença. É um trabalho a seguir, exigegrandes esforços e paciência.


Obrigada pela vossa atenção e paciência ao escutar me.Peço as minhas desculpas se fui incomodo para alguém.


Irmã Angelina Mateus (Filhas de Caridade)

        


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ultima revisão deste pagina 23 de Março 2002