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HIV/SIDA: Imperativos de acção pastoral, a partir de que perspectiva?


"Estive doente e viestes visitar-me" (São Mateus 25,36b)

Estas palavras de Jesus Cristo, constituíram a normativa dos primeiros cristãos. Nelas está a actualização da acção de Jesus a favor dos homens, especialmente os pobres. É a parcialidade do Deus do Reino, que atende preferencialmente toda a classe de gente necessitada de cuidado material e espiritual.

Hoje, a Igreja serve a Humanidade, por meio da sua atenção ao homem concreto, particularmente, os marginalizados pela sua situação de pobreza material e espiritual. A Igreja realiza este serviço que é sinal da sua diakonia para com o mundo, através do seu compromisso com as distintas situações humanas, especialmente as mais clamorosas e que acontecem entre aqueles que, de modo permanente, estão excluídos de tomarem parte na festa da vida, quer pelas múltiplas enfermidades de que são portadores, quer pela negação dos seus direitos a uma existência digna.

O caminho do compromisso, continuará a ser aquele que a Igreja está chamada a percorrer, unida aos homens de boa vontade, por meio do seu empenho na busca daquelas acções destinadas a alcançar para cada pessoa humana que sofre, um plus de qualidade de vida e de sentido para a sua existência.

 

 

INTRODUÇÃO

Há já algum tempo que a Igreja, aqui em Benguela, procura assumir um compromisso visível e institucionalizado, na pastoral voltada para as pessoas afectadas pela doença do HIV/SIDA. Entre nós, as religiosas e outros agentes sanitários cristãos, são os que, pela sua presença no sector da saúde, há já algum tempo contactam directamente com esta problemática.

No contacto com estas pessoas elas vivem a experiência do amor preferencial de Deus pelos que sofrem. Também têm a ocasião ímpar de ajudar os portadores do HIV/SIDA, poderem sentir Deus próximos de si, a partir da experiência da própria fragilidade.

 

Creio que muitos dos que participam neste Seminário, estão recordados da intervenção de Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Dom Óscar Braga, Bispo da Diocese, na passada semana de pastoral. Nesse encontro o Prelado referiu-se a necessidade de assumirmos a acções eclesiais indicadoras de um verdadeiro compromisso diocesano a favor de uma pastoral do HIV/SIDA. Esta reflexão feita no quadro de uma assembleia diocesana de planificação e programação pastoral, foi feita no seguimento da sua participação nas actividades da Conferência dos Bispos de Angola e São Tomé, onde em conjunto os Bispos assumiram a necessidade de executarem uma pastoral organizada como resposta da Igreja ao problema do HIV/SIDA.

O convite do nosso Bispo para a implementação de uma pastoral do HIV/SIDA, aponta para um projecto pastoral inspirado na leitura cristã dos sinais dos tempos, que nos ensina também a nós, como crentes, a ler do modo crítico e crente a realidade que nos cerca. O desafio, é, de facto, grande. Há um ano, nas visitas pastorais, o tema já fez parte das suas intervenções nos encontros com alguns grupos de fiéis.

A nossa presença aqui significa a aceitação da urgência do desafio para cada um de nós agentes de pastoral, na Igreja em Benguela. O desafio é tarefa que passa obrigatoriamente por um trabalho de programação e planificação da pastoral diocesana.

É um desafio que, a partir deste Seminário, implicará todos os membros do Povo de Deus. Embora a primeira exigência se refira fundamentalmente aos agentes de pastoral qualificados – presbíteros, diáconos, religiosos/as e leigos/as comprometidos – na sua concretização terá de ser compromisso de todo o Povo de Deus, agente principal da acção pastoral.

 

É urgente animar as equipas do Sector da Pastoral da Saúde da Cáritas e do Centro Anti-Tuberculose Santa Teresinha do Menino Jesus que, dentro de uma perspectiva cristã, de leitura dos sinais dos tempos, com o apoio da CRS, assumiram, este desafio pastoral, o que este seminário traduz bem.

Estamos numa assembleia que representa os distintos sectores da pastoral diocesana. O facto indica já o começo do nosso compromisso pastoral. Cada um de nós está aqui não só para agradar os olhos, mas porque, como agente de pastoral, a seu modo, e a partir do seu campo de acção, quer comprometer-se com aquelas acções destinadas a desenvolver em toda a extensão da Diocese uma pastoral do HIV/SIDA, olhando de modo preferencial para aqueles nossos irmãos que sofrem directamente os males desta enfermidade.

Estamos a embarcar para uma acção pastoral bastante favorável à dimensão ecuménica do testemunho do Reino. O nosso compromisso pastoral com o HIV/SIDA,, tem claras implicações ecuménicas. Neste compromisso pastoral estão implicados todos os filhos de Deus.

Uma pastoral seriamente comprometida com o homem, deve incluir uma verdadeira perspectiva ecuménica. De contrário arriscamo-nos a desacreditar a verdadeira compreensão evangélica do sentido do Reino e a alternativa cristã, numa sociedade em conflitos e dominada por contradições sociais que continuam a desfavorecer os mais fracos.

 

 

 

1. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES PASTORAIS PRÉVIAS PARA UMA ABORDAGEM CORRECTA DO ASSUNTO

O nosso desejo é encontrar orientações pastorais para um assunto cuja consideração e possíveis respostas são fundamentalmente de ordem moral. Mas este desejo encontra algumas dificuldades de interpretação. Basta prestar atenção ao seguinte:

- dentro da teologia persiste a ideia de que a resposta a esta questão dá-se a nível de moral, do ponto de vista de "opção fundamental". Por esta via, somos levados, a nível de actuação, a assumir atitudes pastorais de tipo casuística e esquecer alguns critérios fundamentais que devem estar sempre presentes para que determinada acção pastoral seja mesmo eclesial e não a ideia ou visão de determinado pastoral ou teólogo.

Por isso é preciso que :

- haja uma vinculação real e inequívoca ao carácter obrigatório do Reino, única realidade que justifica as nossas acções

- que se faça uma leitura correcta dos sinais dos tempos;

- que se considere o valor do homem e dos acontecimentos dentro da história;

- que se considere o carácter ambíguo das acções humanas, mesmo dentro de acções pastorais bem intencionadas,

- que se assuma e se persiga uma atitude de convergência, para que acções diferentes em situações diferentes, tenham a mesma perspectiva, a do Reino, que favorece o homem e apontem para o testemunho do Reino.

- que a pastoral, não ignore a necessidade do diálogo e da tolerância, numa sociedade dominada pela cultura da intolerância e por critérios de exclusão dos mais débeis onde domina a subjectividade levada ao extremo, e que fecha o homem de modo egoísta em si mesmo.

- finalmente, estamos a tratar de um problema, que ousadamente pode ser classificado – aqui no nosso contexto – um tema tabu.

O HIV/SIDA é conhecido pelos agentes de pastoral, mas no momento de fazer uma abordagem, todos abrem os olhos assuntados, só de ouvir o nome.

Sirva de referência uma alusão que ocorreu nos anos em que o assunto começou a aflorar entre os sectores intermédios da sociedade angolana. Um sector de agentes de pastoral ao referir-se ao problema do SIDA, dizia assim, apontando o fármaco – foi dito en espanhol: remédio para o SIDA? "NI TRATO".

Creio persistir ainda aqui a questão que faz deste assunto um tema tabú. É que a prática pastoral, em geral enferma de uma ausência no que se refere a este assunto.

Por isso, o HIV/SIDA, pode bem ser considerado um assunto ignorado no diálogo pastoral.

Ainda assim, estas dificuldades asseguram também um carácter de novidade ao tema HIV/SIDA, naquilo que pode implicar de interesse por parte das pessoas que consagraram sua vida ao serviço dos irmãos, e, concretamente dos que aqui na Diocese de Benguela, das Paróquias aos Centros de Saúde, têm de assumir atitudes pastorais concretas.

Por isso, estamos a tratar de um assunto urgente no quadro da nossa pastoral. Devemos procurar descobrir as suas implicações na pastoral e o que motiva, esta pastoral. O carácter de urgência está no facto de que aqui, e noutros lugares, dentro e fora das comunidades eclesiais cresce o número de doentes afectados por esta doença.

 

Podemos fazer uma uma leitura comparativa: Os portadores do HIV/SIDA, podem bem ser considerados como o novo grupo dos leprosos de hoje, tal é a ressonância acústica da doença, quando ecoa o diagnóstico. O seu exame acusou SIDA.

No tempo de Jesus os leprosos, uma vez declarada a lepra, eram obrigados a retirar-se do acampamento. A marca da exclusão social pesava sobre eles. Na sua vida, descobriam-se as contradições de uma sociedade dominada pelas contradições da fidelidade à Lei, como princípio normativo da vida e da morte social.

Por isso integraram o grupo dos destinatários privilegiados do anúncio do Reino. São Lucas inclui a cura dos leprosos, no testemunho de Jesus sobre Si mesmo, quando responde aos discípulos de João Baptista sobre a veracidade da sua missão messiânica: "os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, a Boa Nova é anunciada aos pobres " (Lc 7,22).

Estas considerações, procuram exprimir a necessidade de assumir de forma clara e comprometedora uma opção pastoral que seja continuação das atitudes de Jesus diante do sofrimento humano.

 

 

2.JUSTIFICAÇÃO PASTORAL E APROXIMAÇÃO METODOLÓGICA DA ACÇÃO DA IGREJA

 

1.1. Justificação pastoral

O Concílio Vaticano II, assumiu a situação do homem como lugar da missão da Igreja. "As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo" (GS 1)

A partir desta consciência a Igreja define-se na sua relação com o mundo a quem ela serve. "Não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração" (GS 1).

Na sua acção a Igreja busca o verdadeiro agir. Ela descobre o carácter operativo e social e a função libertadora da linguagem sobre Deus, quando dentro da realidade humana é capaz de descobrir sinais que lhe permitam testemunhar o amor de Deus pelo homem, especialmente o marginalizado pelas múltiplas situações humanas que padece.

A realidade vivida pelos homens, converte-se em lugar de encontro e de verificação da autenticidade do amor de Deus que ela está chamada a testemunhar. No encontro com as situações humanas mais clamorosas está em jogo a veracidade da sua essência. O teste de credibilidade da sua acção é o homem que sofre no corpo e no espírito. Aí o seu olhar humano encontra-se com o olhar de Deus invisível, mas concreto, porque actua por meio das mediações humanas.

 

Não é possível para a Igreja uma acção pastoral, seja a partir de que perspectiva for, que renuncie ao carácter obrigatório da missão entre os homens. Ela está radicalmente aberta às situações dos homens. Depois da sua referência à Cristo seu Senhor, que passou entre os homens fazendo o bem (Cf Act 10,38), ela é serva da humanidade. Está ontologicamente – a partir da realidade do seu ser – ligada à Missão de Jesus Cristo. Sua acção lança raízes em Cristo. A atenção de Cristo ao Homem terá de ser sua atenção.

Continuar a acção de Jesus Cristo, constitui para a Igreja, obrigação de estar atenta ao que ocorre entre os homens.

Desta consciência, resulta para a Igreja a exigência de percorrer o caminho de cada homem especialmente dos que padecem toda a espécie de males.

O desafio consiste em amar como Deus ama, sem distinção, sem limites, porque Ele ama aos que estão doentes, ama os que sofrem do SIDA" ( Papa João Paulo II , discurso durante uma visita à Missão das Dores, 17 de Setembro de 1989)

 

 

1.2.Aproximação Metodológica

Desejamos saber como fazer para organizar uma pastoral, definida dentro dos quadros de um verdadeiro modo de agir eclesial. De onde partiremos para actuar este tipo de pastoral?

Na tentativa de servir eficazmente aos homens, a Igreja aprende a testemunhar a sua fé na história e na sociedade, dentro das situações humanas. O método para a sua acção, encontra-se dentro das situações humanas.

O ponto de partida que justifica e clarifica para a Igreja o seu modo de agir, considera três momentos interpretativos:

- a hermenêutica da situação (ver o que ocorre hoje na sociedade, que conflitos possibilitam o que há-de favorecer a eliminação do mal em si; que aspectos dificultam os esforços de solidariedade na luta contra este mal [as contradições geradas por uma sociedade que deixou o homem desiludido e entregue a si mesmo desprovido de uma verdadeira cosmovisão e anulou nele o sentido da história e da responsabilidade] ) É a partir desta consideração que podemos perceber a cadeia de contradições vinculadas às estruturas negativas que destruem o homem e exigem dos discípulos de Jesus Cristo uma acção alternativa à maneira de compromisso e testemunho.

- a hermenêutica da tradição cristã que nos indica qual é o verdadeiro agir cristão, primeira referência justificativa das nossas considerações e ordem ética e moral. A fé cristã pratica-se, depois pensa-se.

- a hermenêutica cristã da situação humana partir da Palavra de Deus nos remete às situações, somos confrontados pelo que ocorre à nossa volta.

A Igreja actua a partir de uma dupla leitura: parte da sua fé - ponto de partida para justificar seu interesse pelo homem – e interpreta as situações humanas – a partir de uma leitura atenta da realidade, voltando de novo à fé. Faz, dentro das situações humanas uma confissão de fé testemunhada e comprometida.

 

 

A análise das situações aponta momentos positivos a favor dos portadores do HIV/SIDA, que constituem para a Igreja um sério desafio e um questionamento ao seu modo de relacionar-se com os que padecem esta enfermidade.

No seu agir pastoral - .

A sua acção não tem limites, porque a interpretação das situações humanas. Acontecem dentro de um processo histórico dominado por contradições e situações conflituosas, muitas vezes opostas ao projecto de Deus sobre o homem.

O agir pastoral da Igreja assenta no agir de Jesus. Será um agir situado acima de qualquer interpretação e avaliação ética. Diante do sofrimento alheio Jesus foi ternura e misericórdia. Assim deverá ser a Igreja.

 

3. A IGREJA MÃE E MESTRA PARA MANIFESTAÇÃO DO AMOR DE DEUS

3.1.Os Agentes de Pastoral e as Atitudes Pastorais

Diante Do diagnóstico positivo do HIV/SIDA, em nós mesmos, Sacerdotes, Diáconos, Religiosos/as, Leigos/as, sentir-nos-íamos, facilmente, assustados, deprimidos e revoltados. É bem provável que prefiramos a morte à vida.

Esta mesma atitude que imaginámos em nós, é a que denunciam aqueles que diariamente recebem esta dolorosa notícia.

É importante considerar as linhas de acção que uma comunidade deve assumir. Como Igreja, comunidade convocada para testemunhar o amor gratuito de Deus, devemos pensar na "nossa responsabilidade cristã de discípulos de Cristo". O acolhimento pastoral nas suas variadas expressões, solicitude pastoral para os presbíteros, aconselhamento ou seguimento para pessoas preparadas e especializadas neste sector de pastoral - religiosos/as ou leigos/as - visita domiciliária, para os sacerdotes, religiosos/as, são algumas das atitudes pastorais que indicamos como sinais da diakonia e koinonia eclesiais.

a) O acolhimento pastoral: Com esta atitude sublinhamos que não devemos marginalizar os afectados pelo SIDA. Mesmo quando sabemos que tal pessoa teve antes um comportamento irresponsável – vivendo agora o resultado do seu de uma vida indisciplinada – devemos ter sempre presente que ninguém está sem pecado e que o Senhor, Misericordioso para com todos, nunca se antecipa a condenar (Cf. Jo 8,10-11). O acolhimento faz que a experiência do perdão - acolhimento devolva ao enfermo o sentido da vida e faça da comunidade eclesial lugar da experiência da festa.

À imitação do Mestre que ensinou que o Pai reúne até os criados para a festa quando regressa o Seu filho mais novo (Cf Lc 15,22-24) e reintegra os excluídos – leprosos - no Templo (Cf Mc 1,40-45) a Igreja, Mãe e Mestra insiste que os pastores sejam solícitos para com os doentes do SIDA, não os desprezem e saibam perder algum tempo com eles. Aos profissionais católicos da saúde recomenda-se que ofereçam humanidade e compaixão cristã aos doentes do SIDA.

Seria bom que os grupos Paroquiais dos Médicos e Enfermeiros Católicos, desencadeassem acções de âmbito comunitário e extra comunitário, capazes de gerar um clima de abertura e aproximação com relação aos doentes do SIDA das áreas da suas Paróquias. Que na medida do possível, dentro de um nível ecuménico este trabalho pastoral fosse realizado de modo integrado, com as comunidades eclesiais irmãs.

b) O aconselhamento pastoral. É uma tarefa pastoral que exige de quem a realiza um conjunto de conhecimentos de ordem médica, espiritual e psicológica. É recomendável que o conselheiro, além da maturidade psicológica e cristã, tenha suficientes conhecimentos do assunto para poder acompanhar com o seu conselho e sabedoria o portador do HIV/SIDA, na fase de aceitação, considerada momento determinante para viver positivamente com o SIDA.

Neste trabalho pastoral, o conselheiro deve ser uma pessoa:

- extremamente positiva,

- activa na capacidade de escuta,

- continuamente compassivo – à prova de fogo - , á imitação de Jesus Cristo,

- possuidora de um elevado espírito de discernimento evangélico

- circunspecta (capaz de guardar confidência)

Estas atitudes são desejáveis e recomendáveis, porque o conselheiro é alguém que será determinante no futuro do paciente. Dele depende uma grande parte do modo positivo como o portador de HIV/SIDA irá viver a sua nova situação.

c) A visita domiciliária. É a atitude pastoral, fundamental nos pastores e agentes de pastoral. É de louvar que uma comunidade paroquial tenha serviços de seguimento aos enfermos, de modo organizado e calendarizado. Dada a atenção especial que se exige para com o enfermo do SIDA, é bom que se façam visitas domiciliárias orientadas a ajudar a viver a dimensão de finitude dos ser humano unido ao mistério de Cristo. Nestas visitas é oportuno que se façam orações com a família, numa perspectiva eclesial.

Este modo de proceder abre o enfermo ao sentido missionário do seu sofrimento e permite:

- encarnar a mensagem evangélica na situação do irmão que sofre;

- desenvolver uma atitude de empatia, descendo à situação do enfermo, sentindo com ele;

- assumir uma atitude evangélica existencial, capaz de iluminar o sofrimento;

- na situação do enfermo de SIDA peregrino para a morte, viver a expectativa da própria morte, para poder caminhar com quem vive diariamente a certeza da proximidade da morte;

- aprender a viver a integração da própria sexualidade na dimensão sexuada da sua vida;

- valorizar a presença do enfermo, prestando atenção a tudo quanto integra o seu universo existencial e lhe dá razões humanas e espirituais para viver;

- propôr a figura de Jesus como modelo diante da realidade eminente da morte (Cf Lc 22,42: Pai Faça-se a Tua vontade e não a Minha )

 

 

4. CONCLUSÃO:

Concluo este trabalho apontando a necessidade de uma pastoral sectorial pensada e organizada. A isto é frequente chamarmos pastoral de conjunto.

Os caminhos de uma pastoral de conjunto para o HIV/SIDA passam por uma tentativa de planificação das acções pastorais. Se se deseja uma pastoral que apoie as acções pastorais, lá onde ela for considerada urgente, é preciso que se crie um sector específico para este fim.

Uma acção pastoral só é fecunda se for bem programada e possuir uma base de organização coerente. A programação é um processo evangelizador que se destina a atingir todos os sectores da existência humana com o fermento do Evangelho.

Sendo uma actividade vinculada ao anúncio do Reino, admitimos que nem tudo possa ser programado. Mas ainda assim é necessário admitirmos alguns princípios de orientação que sirvam de referência para que as acções a serem realizadas sejam fecundas.

É muito importante a valorização da criatividade. Mas não se pode viver de improvisações entusiastas. O trabalho arrisca-se a converter-se em puro entusiasmo e perde-se facilmente. Sentirá necessidade de uma sólida base doutrinal.

Planificar e organizar o trabalho em conjunto, exige obediência e aceitação. A tarefa é de todos.

 

 

 


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ultima revisγo deste pagina 23 de Março 2002